quinta-feira, 24 de abril de 2014

Mutirão de plantio e arrumação da sala de visitas para Claudia Visoni


Na última quinta feira fizemos um mutirinho, pois como sempre éramos poucos para chamar a reunião de mutirão. Mas tivemos uma visita especial, que chegou de trem com uma mudinha de amaranto nas mãos, sementes pra plantar e disposição para pegar na enxada. Claudia Visoni, que está à frente da Horta das Corujas e foi uma das criadoras do movimento Hortelões Urbanos, veio conhecer nossa horta que ainda está engatinhando e trazer sua experiência no assunto. Com ela, estávamos em cinco. Ana Campana, minha vizinha, Ana Laura e Marco Perin, que vieram da Pompeia,  e eu.

Claudia dando umas dicas 

Moradores pagam para carroceiros tirarem de suas casas mas não querem
saber onde a tralha vai parar - às vezes a poucos metros de suas casas 
 O saco de entulho na calçada. Lixo chama lixo 
O caminhão parou, eba!
Para onde devemos ligar da próxima vez
Chegamos meio desanimadas, Ana e eu, pois na calçada havia não só um saco de entulho que tiramos da praça e que ali ficou mas também um pé de iuca que o vento tinha derrubado havia dias e uma pilha de restos de computador num ponto que parece querer virar viciado. No espaço da horta havia grande quantidade de restos de poda - carroceiros e alguns moradores gostam de despejar ali seus entulhos e restos de poda para deixar suas casas e jardins gramados bem limpinhos.  Nossa ideia era só plantar as mudinhas de citronela, manjericão, almeirão e couve sem ter que se preocupar com isto, mas demos muita sorte no final. Pois enquanto eu arrumava as comidas e o chá, Ana Campana viu passar um caminhão da prefeitura que faz a limpeza do resto da feira. Gritamos para que o motorista parasse. Ele parou, um gari desceu e disse que não era serviço dele e tal, mas que quebraria o galho (se bem que o galho mesmo da iuca ficou). Pediu uma caixinha, mas não tínhamos dinheiro ali e oferecemos em vez de dinheiro sagu que Ana tinha levado e bolo de fubá que fiz e ainda estava quentinho. Pronto, estava resolvido. Levaram os restos de computadores, de poda e até o saco de entulho. Só um galho ficou por esquecimento e tudo bem.


Uma comidinha e bebida, que ninguém é de ferro.  E serve para confraternizar

Os lindos ovos da Ana Laura, afinal estávamos às vésperas da Páscoa

Feitos com infusão de casca de jabuticaba 
Outra novidade do dia, além da visita da Claudia, foi que minha vizinha Ana conseguiu troncos numa outra praça - o jardineiro que estava cortando a ajudou a colocá-los na carroceria do carro. Ajeitamos como bancos e mesinha e usamos para colocar a comida - teve ate ovo de páscoa que Ana Perin trouxe (feito com ovo de galinha cozido, descascado, com uma folhinha de erva grudada por uma meia de seda e depois fervido em solução de casca de jabuticaba e especiarias),  e alguns para nos sentarmos já no anoitecer. Ficamos ali ainda algum tempo conversando e fazendo algumas plaquinhas para a horta.

Uma mulher que trabalha aqui  perto e sempre passa pela praça disse que está gostando muito e que vai ajudar no que for possível. Pediu uma mudinha de citronela e já levou. Disse que nos daria chuchu pra plantar. Para que ela soubesse onde poderia deixar, disse que morava numa casa com pés de capim santo na calçada. Ela disse que sabia onde era porque de vez em quando pega a erva para fazer chá.  Nesta semana ela passou aqui, como prometido, deixou chuchus para eu comer e para plantar e aproveitou para levar  uma mudinha de grumixama. Antes de seguir para o trabalho, me mostrou uma garrafinha de água que trazia na bolsa. Disse que tinha passado na hortinha e usado a água para regar um pezinho de limão, que outro colaborador anônimo plantou.

No tempo em que ficamos ali, muitas pessoas passavam, sorriam, comentavam, aprovavam. Outras pararam para tomar chá e comer bolo. Barroso, o carteiro, foi um deles. E também alguns vizinhos. Aliás, ter uma forma de bolo por perto enquanto se trabalha coletivamente tem a função de substituir uma possível caixinha e de confraternizar com a vizinhança e pedestres que simpatizam com a ideia da horta comunitária.  Com isto, as pessoas vão se aproximando e logo poderemos ter um verdadeiro mutirão. Esta é a esperança.

Cantinho do relaxamento feito com tocos. Hora de fazer plaquinhas 

6 comentários:

  1. Vi o embrião da horta, agora é acompanhar esse nascimento! Parabéns!

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  2. Silvinha,
    espero que quando você voltar ela esteja já mais cheia de vida.
    N

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  3. Vou passar na minha mami hoje, darei um pulinho na praça :D

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  4. Neide, foi muito bom passar a tarde com vocês, em breve repetirei a dose .
    Abraços Perin

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  5. Oi, Neide! Sou Aline e acompanho teu blog Come-se estou adorando tua iniciativa em fazer a horta e os mutirões! Adorando e me animando, será que rola aqui perto de casa?? :D

    Ah, queria só sugerir que vc ative aqui nesse blog a opção de receber os posts por email, pq estou bem interessada, mas as vezes esqueço e tals, em meio a tantos emails... aí, assinando, já fica lá no email prontinho prá ler! Obrigada!!

    Um beijo e parabéns!!

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  6. Neide, aprender a lidar com terra, planta e gente, tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, faz bem para alma.
    Bj Ana Perin

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