quarta-feira, 21 de maio de 2014

Tinta de lousa fácil para hortas


Publiquei já no Come-se, mas acho que cabe melhor aqui: 
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Quem me deu o caminho foi a amiga e leitora Ana Laura. A receita está lá no Manual do Mundo, de um maluco que ensina em vídeo muitas coisas legais e úteis.  Entre elas já testei a tinta de vidro, uma beleza, e esta de lousa, afinal temos deixado vários recados na horta comunitária. Claro, já existe a tinta pronta, mas você pode não precisar de um pote inteiro e pode gastar muito menos além de  guardar os ingredientes para misturar quando quiser pintar apenas um pedaço de papelão. Ou dividir com a vizinha (de vez em quando empresto meu kit pra minha vizinha, outra Ana,  e ela repõe a cola por gentileza, que nem precisava). Você pode encontrar estes ingredientes em qualquer loja de materiais para construção.  Já usei como suporte jogos americanos de plástico - estes são ótimos para pendurar em postes. E papelão, tábua, azulejo, balde.  Dá pra pintar uma parede inteira na cozinha, deixar um recado no quintal, decorar a sala com desenhos, fazer graça. E se você tem talentos, poderá deixar sua cozinha linda, como podemos ver aqui

De minha parte, tenho usado para deixar recadinhos na horta e na porta de casa, como por exemplo "mudas de jabuticabeira, pode levar" (desta não tirei foto) ou limpar uma viela viciada em entulhos e colocar um lembrete para não jogarem  lixo ali  (funcionou!), para regarem a hortinha com água de lavagem de verdura etc. Enfim, tenho usado para fins utilitários mesmo. 

Como se faz: basta misturar um pouco de pó de rejunte cinza (ou qualquer outra cor que combine com o tom que você quer) com cola branca até dar o ponto de massa de panqueca. Aí é só ir acrescentando pigmento para tinta na cor preta e misturando. Escolha a superfície e use uma esponja de espuma para espalhar. Deixe secar por um dia à sombra. Se houver sol, em poucas horas já poderá usar. Para apagar, use um pano úmido. E, pra deixar no tempo, tenho usado giz de cera. 

Mas não deixe de ver o vídeo

Algumas fotos: 




sexta-feira, 16 de maio de 2014

Mutirão na Horta City Lapa


Ainda não conseguimos adesão de muitos vizinhos, mas pelo menos muitos apoiam e alguns têm dado a ajuda que é possível no momento. No último mutirão, com Ana e eu sempre presentes, pudemos contar com a colaboração de amigos de outros bairros vizinhos. Carlos e Bruna, da Vila Ipojuca; Ana Laura, das Perdizes; e Flavia, do Piqueri. Esta entrega para o bem comum da cidade que é de todos nós, independente do bairro onde se mora, emociona. 

De casa, saiu uma tralha que precisei de ajuda para levar. A vizinha Gabi apareceu e se ofereceu para dividir comigo o fardo. Fizemos duas viagens com as mãos ocupadíssimas. Enxadas, mudas, água, pás, sacos para pegar palhada, bolo, chá etc. No começo, parece difícil botar a mão na terra, mas depois vicia. O difícil daqui pra frente vai ser enfrentar a estiagem pra valer, mas estamos colocando garrafas pet emborcadas com água e todos os dias vamos lá, Ana e/ou eu, para molhar com galão grande e colocar mais garrafas. De tudo o que foi plantado até agora, só umas duas mudinhas não vingaram. A palhada por cima da terra tem ajudado na conservação da umidade. 

Bem, o espaço está agora muito mais agradável que aquele que encontramos com mato alto, lixo, entulho e restos de podas grandes.   Algumas fotos: 

Esperando alguém pra ajudar. Apareceu Gabi! (a lousinha, que a Ana pintou -
em breve mostro aqui um jeito fácil de fazê-las sem precisar comprar tinta
própria)

Bolo e chá não podem faltar!
Mulher é sempre maioria ...
Hora do bolo, que ninguém é de ferro 
Nossa sala de visitas
As garrafas têm segurado a onda da estiagem
Marcos, Zé, Ana e eu fomos pegar os tocos de uma figueira cortada
pela prefeitura numa rua próxima - fizemos com eles a sala de visitas da horta

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Mutirão na Horta City Lapa neste sábado, 10 de maio


Todas as mudas plantadas até agora vingaram. Algumas flores de cosmo já começam a aparecer. Os almeirões e as couves estão ganhando altura e até um phisalis vermelho que a Ana plantou já deu frutos. Se tudo segue com vigor, o mato não fica atrás. Agora é hora de fazer uma faxina, reorganizar, afofar a terra, reformar a cobertura vegetal, enfim, dar uma geral. É também um bom motivo para, quem sabe, encontrar os colaboradores anônimos que deixam vasos com plantas, que regam com garrafinha de água. E para encontrar aqueles que querem colaborar e não sabem como. Se quiser aparecer, estaremos lá à partir das 10 horas neste próximo sábado. Traga ferramentas de jardinagem, venha de chapéu, não esqueça das luvas e, se quiser dividir algo de comer ou beber, teremos uma pequena mesa de toco, nossa mais recente aquisição. Crianças hão de gostar também. Pode ser divertido. Venha! 

Onde: Esquina da Rua João Tibiriçá com rua Barão de Itaúna.  No lado de cima da praça Ângelo Rivetti. 


quarta-feira, 30 de abril de 2014

Vaso-folha biodegradável


Já publiquei no Come-se, mas deixo aqui também: 

Agora com esta coisa de plantar no sítio e também na hortinha comunitária, não há recipientes e vasos que cheguem. Aí, outro dia, andando pela rua, vi as folhas de sete-copas no chão. Pensei: se embrulham peixe que vai ao forno porque não embrulhariam um pouco de terra. Pronto, foi chegar em casa e testar. Vale pra estas pequenas transições do tipo tirar da terra e levar pra outra terra. Nossa horta/ jardim tem sido assim, com mudas a partir de outra planta adulta ou espontâneas arrancadas do quintal e frestas das ruas ao redor.  Nestes casos, o ideal é passar para um vasinho e ambientá-la primeiro antes de ir para o lugar definitivo. É por isto que digo que não há vasinho que chegue. Meu quintal virou um verdadeiro viveiro. Os bancos e cadeiras já viraram apoio pra vasos. E o pequeno jardim já não existe mais. Acho que pelo menos o viveiro ficará mais verde e biodegradável. Poderei enfiar o vasinho inteiro na terra sem machucar a raiz e sem sobras.  

Como fiz: peguei duas folhas frescas de amendoeira - podem ser as recém caídas verdes ou amarelas. Elas são firmes e flexíveis.  Coloquei as duas em cruz dentro de uma xícara que usei como molde. Enchi de terra, plantei a mudinha de pimenta que arranquei do chão - nascida espontaneamente a partir de sementes caídas - e com cuidado puxei. Amarrei com fibra vegetal de fórmio (um excelente planta para se ter por perto) para dar firmeza.  Já tem uma semana que fiz o vaso e a planta ainda está saudável. O excesso de água sai pelas frestas. Logo o conjunto todo vai pra horta. E logo teremos pimentas como aquelas da pimenteira mãe de todas. 

Sobre a folha de amendoeira ou sete copas, já falei aqui e mostrei ela sendo usada na tapioca acolá

Então, se não tinha o que fazer no feriado do trabalho, já arrumei trabalho pra você. 

Use um molde - depois é só puxar
Muda de pimenta e jambu 


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Mutirão de plantio e arrumação da sala de visitas para Claudia Visoni


Na última quinta feira fizemos um mutirinho, pois como sempre éramos poucos para chamar a reunião de mutirão. Mas tivemos uma visita especial, que chegou de trem com uma mudinha de amaranto nas mãos, sementes pra plantar e disposição para pegar na enxada. Claudia Visoni, que está à frente da Horta das Corujas e foi uma das criadoras do movimento Hortelões Urbanos, veio conhecer nossa horta que ainda está engatinhando e trazer sua experiência no assunto. Com ela, estávamos em cinco. Ana Campana, minha vizinha, Ana Laura e Marco Perin, que vieram da Pompeia,  e eu.

Claudia dando umas dicas 

Moradores pagam para carroceiros tirarem de suas casas mas não querem
saber onde a tralha vai parar - às vezes a poucos metros de suas casas 
 O saco de entulho na calçada. Lixo chama lixo 
O caminhão parou, eba!
Para onde devemos ligar da próxima vez
Chegamos meio desanimadas, Ana e eu, pois na calçada havia não só um saco de entulho que tiramos da praça e que ali ficou mas também um pé de iuca que o vento tinha derrubado havia dias e uma pilha de restos de computador num ponto que parece querer virar viciado. No espaço da horta havia grande quantidade de restos de poda - carroceiros e alguns moradores gostam de despejar ali seus entulhos e restos de poda para deixar suas casas e jardins gramados bem limpinhos.  Nossa ideia era só plantar as mudinhas de citronela, manjericão, almeirão e couve sem ter que se preocupar com isto, mas demos muita sorte no final. Pois enquanto eu arrumava as comidas e o chá, Ana Campana viu passar um caminhão da prefeitura que faz a limpeza do resto da feira. Gritamos para que o motorista parasse. Ele parou, um gari desceu e disse que não era serviço dele e tal, mas que quebraria o galho (se bem que o galho mesmo da iuca ficou). Pediu uma caixinha, mas não tínhamos dinheiro ali e oferecemos em vez de dinheiro sagu que Ana tinha levado e bolo de fubá que fiz e ainda estava quentinho. Pronto, estava resolvido. Levaram os restos de computadores, de poda e até o saco de entulho. Só um galho ficou por esquecimento e tudo bem.


Uma comidinha e bebida, que ninguém é de ferro.  E serve para confraternizar

Os lindos ovos da Ana Laura, afinal estávamos às vésperas da Páscoa

Feitos com infusão de casca de jabuticaba 
Outra novidade do dia, além da visita da Claudia, foi que minha vizinha Ana conseguiu troncos numa outra praça - o jardineiro que estava cortando a ajudou a colocá-los na carroceria do carro. Ajeitamos como bancos e mesinha e usamos para colocar a comida - teve ate ovo de páscoa que Ana Perin trouxe (feito com ovo de galinha cozido, descascado, com uma folhinha de erva grudada por uma meia de seda e depois fervido em solução de casca de jabuticaba e especiarias),  e alguns para nos sentarmos já no anoitecer. Ficamos ali ainda algum tempo conversando e fazendo algumas plaquinhas para a horta.

Uma mulher que trabalha aqui  perto e sempre passa pela praça disse que está gostando muito e que vai ajudar no que for possível. Pediu uma mudinha de citronela e já levou. Disse que nos daria chuchu pra plantar. Para que ela soubesse onde poderia deixar, disse que morava numa casa com pés de capim santo na calçada. Ela disse que sabia onde era porque de vez em quando pega a erva para fazer chá.  Nesta semana ela passou aqui, como prometido, deixou chuchus para eu comer e para plantar e aproveitou para levar  uma mudinha de grumixama. Antes de seguir para o trabalho, me mostrou uma garrafinha de água que trazia na bolsa. Disse que tinha passado na hortinha e usado a água para regar um pezinho de limão, que outro colaborador anônimo plantou.

No tempo em que ficamos ali, muitas pessoas passavam, sorriam, comentavam, aprovavam. Outras pararam para tomar chá e comer bolo. Barroso, o carteiro, foi um deles. E também alguns vizinhos. Aliás, ter uma forma de bolo por perto enquanto se trabalha coletivamente tem a função de substituir uma possível caixinha e de confraternizar com a vizinhança e pedestres que simpatizam com a ideia da horta comunitária.  Com isto, as pessoas vão se aproximando e logo poderemos ter um verdadeiro mutirão. Esta é a esperança.

Cantinho do relaxamento feito com tocos. Hora de fazer plaquinhas 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Convite para mutirão e um vídeo



Este é o espaço que estamos revitalizando com uma horta urbana principalmente de plantas aromáticas (mas também melíferas, alimentares, medicinais). A maioria dos vizinhos está gostando. Todo mundo agora tem assunto mais agradável pra falar além daquele chato que parecia ser o único ponto em comum entre vizinhos, que é a segurança. E, sem fugir do tema que mais estressa as pessoas nas cidades grandes, cuidar dos espaços públicos deixa a cidade mais segura e a gente menos estressada.  

Hoje, quinta-feira,  vamos nos reunir à tarde, depois das três (esquina da rua João Tibiriçá com Barão de Itaúna, perto da Estação de trem Domingos de Morais e praça Ângelo Rivetti, na City Lapa). Ainda não conseguimos nos organizar para ter uma programação prévia, um calendário. É mais quando eu e minha vizinha podemos e por isto o convite de última hora. Mas quem estiver de bobeira e quiser vir participar,  temos muitas mudas pra plantar e já não consigo nem mais andar no meu quintal (tenho feito mudas a partir das minhas plantas). Será um prazer.   

Segunda-feira, prometo, volto a falar de comida. Vou criar um blog só para a horta e assuntos correlatos. Por enquanto, veja que bacana este vídeo. 

Horta da Faculdade de Saúde Pública e Horta City Lapa

Na Faculdade de Saúde Pública da USP
Este post também é cola do que já foi publicado no Come-se. Só pra constar. 

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Continuando o último post: http://come-se.blogspot.com.br/2014/04/hortas-comunitarias-coluna-do-paladar.html, agora uma convocação. 

Começamos, eu e uns vizinhos, a fazer uma hortinha num espaço abandonado na minha rua. Ainda somos poucos, já temos muitos opositores (sim, há gente que odeia hortelãs e hortelões), mas queremos mostrar que somos muitos os que gostamos. Queremos apenas que os espaços públicos sejam públicos, agradáveis. Queremos uma cidade mais humana, acolhedora, segura e amigável. A gente não quer só comida. 

Estou participando também da formação de uma horta coletiva na escola onde sou apenas ex-aluna. A Faculdade de Saúde Pública da Usp, onde estudei nutrição, tem um jardim lindo e até agora intocado. Mas um grupo de alunos de graduação, mestrado e doutorado, além de professores e funcionários, resolveu fazer ali uma horta. Contrataram dois orientadores de permacultura e arregaçaram as mangas e jalecos.  Estou participando desde o início e na última sexta-feira já fizemos nosso primeiro canteiro. A composteira já existia. 


Já a horta aqui da minha rua, começamos num canto de rua - os loteamentos city tem estas esquinas praceadas que deve ter um nome, mas não sei.   O local estava esquecido, com mato alto e cheio de entulhos e restos de poda - jogado, claro, pelos próprios vizinhos.  Começamos a carpir, a plantar, mas ainda tem trabalho. É difícil reunir todo mundo embora tenhamos feito reuniões e panfletagem na vizinhança.  Acho que quando o espaço estiver já mais apresentável e quando estivermos sempre por ali os vizinhos vão se aproximando.  Por enquanto, somos poucos. 

No primeiro dia  de trabalho levamos mesinha, um bolo de chocolate, café, chá, água. Quem chegasse tinha ao menos assunto e acolhimento. 


Plaquinhas feitas com lata de cerveja 
Amanhã cedo vamos trabalhar de novo. Podia ser no fim de semana, mas vou pra Piracaia e Ana não vai poder e o trabalho urge. Então, por enquanto, estamos confirmadas para amanhã Ana e eu, eu e Ana.  Só para dar uma adiantada. Se você está perto da Lapa e quer participar, será bem vindo. Se estiver longe, quem sabe não se anima a participar e depois criar uma horta no seu bairro? Se quiser queimar umas calorias, é um bom pretexto (Ana disse no dia seguinte ao trabalho que agora sabe exatamente com que músculos este tipo de trabalho mexe). Se simplesmente quer ajudar porque sabe que este é um pedaço da sua cidade, venha. Se não quiser pegar na enxada, haverá o trabalho de plantar mudinhas que já fiz (manjericão cravo, manjericão anis, capim santo, melissa, folha de curry, etc), de fazer plaquinhas de identificação, de ir buscar folhas secas num bosque aqui do lado, de recolher lixo ou simplesmente de ficar do lado dando apoio moral pra mostrar que somos uma turminha. 


Dona Leda dá o maior apoio 
E apoio nesta hora é fundamental. Pois parece que tudo são flores e aromas, que tudo é lindo, que estamos fazendo o melhor, mas é incrível como tem gente que se incomoda com isto. Dizem que não vai dar certo, que está muito perto da estação de trem (?), que no local passa bicho, jogam lixo, que vão arrancar, que isto e aquilo. Ainda assim decidimos tentar. Bem, então, quem quiser participar, é só aparecer. 


Mudinhas a espera de mãos plantadoras
Rose e Ana fazendo pausa 

A primeira muda plantada: Alternanthera brasiliana (terramicina)
Quando: amanhã, sexta-feira, 04 de abril a partir das 8 da manhã. Até o meio dia. 
O que trazer: se quiser trazer algum lanche para compartilhar, ótimo. Se não, comerá do nosso bolo e beberá do nosso chá.  Se tiver alguma ferramenta como enxadão, enxada, pazinhas, ótimo. Uma luva é providencial. 
Quer contribuir? se puder, ótimo, traga mudinhas de ervas aromáticas e/ou medicinais. De flor, tagetes e maria-sem-vergonhas.  Se não puder, sem problemas, venha assim mesmo. 
Onde: Esquina das ruas João Tibiriçá e Barão de Itaúna - em frente à praça Ângelo Rivetti, na City Lapa. 
Quer confirmar? Nosso contato: hortacitylapa@gmail.com