quinta-feira, 9 de abril de 2015

Convite para o mutirão


Os mutirões na Horta Comunitária City Lapa agora têm tempo certo para acontecer. Será sempre no segundo domingo do mês que, neste abril, cai no dia 12.

Será a partir das 11 na esquina das ruas João Tibiriçá e Barão de Itaúna.
Apareça!


sexta-feira, 3 de abril de 2015

Quando tudo começou há um ano

Um ano depois está assim 

O post abaixo foi publicado no blog Come-se um ano atrás. Como este registro não aparecia aqui no blog da Horta, posto agora como recordação de um ano.
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Publicado em 04 de abril de 2014

Fotos atuais você pode ver no site do Uol: http://noticias.uol.com.br/album/2015/03/27/veja-o-antes-e-o-depois-da-horta-da-city-lapa-na-zona-oeste-de-sao-paulo.htm. E também no blog www.come-se.blogspot.com 


Agora está assim
De manhã estava assim 
“Você praça acho graça. Você prédio acho tédio” Ontem, fiz aqui no Come-se um convite aos leitores e avisei aos amigos. Mas o dia é proibitivo para quem tem trabalho fixo com horário, reconheço. É que a questão era urgente, alguns vizinhos estavam reclamando. Ana e eu fomos ontem à noite na reunião de zeladoria na subprefeitura da Lapa (que acontece nas primeiras quintas do mês) cobrar o corte do mato e comunicar sobre a existência agora de nossa horta. O subprefeito gostou da iniciativa e falou que os homens viriam e também o que já sabemos: no começo algumas pessoas não gostam, no meio quem gostava pode não gostar e por fim quem não gostava pode acabar gostando. Algo assim. 
Por isto, o negócio é ir fazendo. Comece sempre com um amigo pra dar força. Se não fosse minha vizinha Ana Campana eu teria desanimado um pouco com os votos de fracasso. 
Bem,  hoje de manhã estávamos lá na praça com um mutirão nunca imaginado. Apareceram a Neuci, a Ana e o Carlos. Além de nós, Ana, minha vizinha, e eu. Carlos e Neuci precisaram ir embora, mas ficamos nós três na companhia de um batalhão de homens que vieram cortar o mato e tirar entulhos. 
Os homens da prefeitura trabalharam bastante, recolheram entulho e galhos (uma das alegações dos que apostam que não vai dar certo é que  'é muito perto da estação de trem, e sabe como é, o povão é porco'). Pois é, os entulhos e galhos são da própria vizinhança que manda o jardineiro jogar lá por preguiça de empacotar ou então paga para o caroceiro tirar da frente da sua casa sem querer saber onde é que o lixo vai ser desovado - na praça mais próxima, claro. Por fora, bela viola.. Demos bolos e suco de umbu pros homens e continuamos nosso trabalho de fazer buracos, aproveitar a palhada para fazer cobertura morta, colocar plaquinhas e conversar com quem passasse. Usamos também como composto os restos úmidos de folhas e terra acumulados na guia. Estava tão bom que tinha até minhocas. Por enquanto não compramos nada para o espaço. Todas as mudas são backups das que tenho no quintal. Fiz as mudas antes de viajar e agora estavam prontas. Quase todo mundo que passava trazia um sorriso de satisfação. E planta e comida são sempre motivo para puxar conversa. São horas gostosas que passamos quando mexemos com a terra. Um homem passou com um fardo de pano branco de algodão nas costas. Disse que ia mandar passar um trator ali e acabar com tudo aquilo. Em seguida deu um sorrisão dizendo que era brincadeira, que adorava planta, que terra tinha cheiro bom, melhor que perfume comprado, que adorava abraçar árvore, que sentia energia boa. Então perguntei: e se abraçasse um prédio?. Eu, hem, dá choque, ele respondeu dando gargalhadas.  Então eu repeti o que se vê carimbado nos muros de todo o Brasil: “Você praça acho graça. Você prédio acho tédio” ( mensagem criada pelo jornalista Dafne Sampaio).  Ele gostou e saiu rindo andando livre vendendo seus panos comprados no Brás. Meio louco meio gênio e repetindo: podia ser todo mundo assim, livre como este cachorro. Eu sou como este cachorro - falava do cão que mora na rua de baixo e passou atrás dele espiando a novidade da praça agora horta, agora graça. 
Bem, seguem as fotos da horta City Lapa com mil agradecimentos à força dada pela leitora Ana Perin, que veio da Pompeia, e que, animada,  aguentou firme sem água e sem almoço até quase três da tarde (desculpe, Ana, pela constituição camelística que me faz esquecer que isto não é normal nem saudável para ninguém).  E desculpe também porque vai aparecer na foto.  Deixo também aqui minha coluna da última quinta-feira no Paladar sobre hortas comunitárias: http://come-se.blogspot.com.br/2014/04/hortas-comunitarias-coluna-do-paladar.html
Não é gente do trem que coloca resto de poda aqui
Composto fértil
Serviu como adubo para o alecrim, o hibisco, manjericão
Missão cumprida, com ajuda das duas Anas (A Campana já estava a esta altura atendendo no seu consultório de dentista) 

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Últimas notícias da horta: intolerância e apoio

Aqui, uma pequena parcela da biodiversidade de plantas úteis encontrada na Horta City
Lapa
Hoje cheguei à hortinha (vou todos os dias, confiro se está tudo em ordem, tiro lixo, folhas secas, uma lagartinha aqui, um pulgão ali..) e encontrei um homem ali olhando. Cumprimentei e perguntei se gostava da horta.  Descobri que é vizinho, mora há pouco tempo na rua que faz esquina com o espaço, e que veio de um quilombo em São Roque. Disse que era a coisa mais legal da rua a horta e que ele vai sempre ali para colher algum remédio, que no quilombo também havia uma horta comunitária. E foi falando: as folhas das contas de nossa-senhora usamos para diabetes, a malva faz um chá pra coceira de criança, a alfavaca a gente toma pra gripe, a babosa pra queimaduras etc. Disse que na semana passada teve uma gripe forte, veio à horta, colheu manjericão-cravo ou alfavacão, fez um chá e se curou. Contou que ele, como quilombola, sabe se curar só com ervas.  Fiquei feliz de saber que a horta lhe é útil. 

Para quem está chegando agora, saiba que a horta está em risco de desaparecer, em virar mato de novo. Por isto, fizemos um abaixo assinado de apoio. Se puder assinar, vamos agradecer eternamente. Pode passar para seus amigos, que também seria bom. Não é só uma questão de briga de vizinhos, mas assunto de intolerância, de respeito, de cidadania, uma discussão interessante para todo o Brasil, todo o planeta.  Nunca peço para ninguém compartilhar nada, mas acho que isto vale a pena. É simples de assinar. Clique e veja: 

https://www.change.org/p/jos%C3%A9-ant%C3%B4nio-queija-libera%C3%A7%C3%A3o-das-hortas-em-pra%C3%A7a?recruiter=101838135&utm_source=share_petition&utm_medium=email&utm_campaign=share_email_responsive

Para quem não tem a mínima ideia do que está acontecendo, recomendo a seguinte lista de leitura, começando pelo post do Come-se lá embaixo. Por último, a matéria que saiu ontem no G1. 

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/04/bairro-na-z-oeste-de-sp-ve-semente-da-discordia-em-horta-comunitaria.html
http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,nem-tudo-sao-flores,1659543
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/03/28/burocracia-e-discordia-ameacam-horta-comunitaria-na-zona-oeste-de-sp.htm

Em baixo, os links do blog em que conto como começou a discórdia. 
http://www.come-se.blogspot.com.br/2015/03/capim-santo-da-discordia-por-que-e-tao.html

CONVITE PARA O MUTIRÃO 

No dia 12, a partir das 11 horas, haverá mutirão na horta com tapioca de capim santo e chá de ervas. Estão todos convidados.  Traga luvas, chapéu, água e uma pazinha.